São Paulo.
Antiquarius. O melhor restaurante da cidade. Português até a raiz dos cabelos.
Como sempre, peço o bacalhau “nunca chega”, antegozando-lhe as delícias.
Vem uma droga. Chegou, na primeira garfada.
Tenho convidados. Não faço a reclamação merecida. Apenas devolvo o prato quase inteiro.
No Antiquarius isso é um escândalo. Carlos Bittencourt, o luso sócio-gerente, fica rondando a mesa, louco para falar-me. Pago, levantamo-nos. Chegou a oportunidade.
“O Dr. Carlos não ficou muito satisfeito, pois não” indaga o luminar das caçarolas.
“Claro que não, Bittencourt, estava horrível !” respondo.
“Bem que eu sabia, bem que eu sabia” lastima-se, “Quando eu vi o Dr. Carlos pedir esse prato, eu já sabia que não ia dar certo ! “
“ Ora, Bittencourt, por que ? “ pergunto ingenuamente, esquecido de onde estava e com quem falava.
“É que o cozinheiro que sabe fazer o prato não veio trabalhar hoje, pois” esclarece o digno representante de sua raça ...
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